quarta-feira, 18 de março de 2015

Crônica - Chichén Itzá, na boca do poço dos bruxos da água ou Os perigos da vã glória - José Anastácio de Sousa Aguiar

Chichén Itzá é uma cidade arqueológica maia localizada na península de Yucatán no México e mundialmente conhecida pelas suas imponentes estruturas em pedra. A tradução do nome da cidade na língua maia é: “Na boca do poço dos bruxos da água”, o que pode apontar para uma vanglória de seus dirigentes com relação ao manejo e controle do elemento água.
Os especialistas indicam que Chichén Itzá foi a mais importante cidade da região e o centro político da península até o século XIII, quando, por razões ainda não bem esclarecidas, foi abandonada por seus habitantes. Várias são as teorias sobre quais seriam as causas do abandono da cidade. Uma das teorias aponta para o colapso do sistema de água que abastecia a cidade em razão das atividades sacrificiais religiosas de seus governantes. Conta-se que para aplacar a ira dos deuses e para pedir seus favores, animais e, posteriormente, seres humanos eram sacrificados e seus corpos jogados no grande poço que se encontra próximo ao centro do referido sítio, conhecido como “cenote sagrado”.


Pois bem, as águas que abasteciam o referido poço estavam interligadas por meio de rios subterrâneos com os córregos que abasteciam de água todo o povo da região. A decomposição dos cadáveres e a consequente contaminação da água proporcionou a proliferação de doenças e a ocorrência de mortes, o que foi entendido pelos dirigentes que a cidade estaria condenada pelos deuses e deveria ser abandonada.
Assim, cuidado com o que achamos que temos de melhor, pode ser justo aí o nosso ponto mais fraco.

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